Foi a viagem. A tal, que estava a precisar para chegar, continuar e vencer. Qualquer que seja o destino, é sempre uma inspiração. Conhecer realidades e culturas diferentes é uma aprendizagem. Dá-nos tempo para pensar e dar valor ao que realmente nos faz feliz.
Foram meses à espera do dia da partida. Semanas de ansiedade. E dias sem dormir. Mas chegou. Saímos cedinho, com destino a Zurique. Onde teríamos de fazer uma escala de vinte e quatro horas (mais um dia para aumentar a ansiedade). Como bons viajantes, aproveitamos para conhecer a cidade
Saímos de Lisboa com a típica temperatura de fim de verão. Sol e um calor que nos permitia a manga curta. Chegamos a Zurique, já de noite. Pedimos ajuda a uma senhora, não encontrávamos a saída da estação de comboio. Simplesmente ignorou-nos. Queríamos acreditar que era uma excepção. Fomos directos ao hotel, pousar a mochila e comemos mesmo por ali. A temperatura não nos permitia a tal manga curta. Era um frio de final de novembro.
Acordamos e fomos descobrir a cidade. Estava frio. Mas estava um sol radiante. Que fazia o rio Limmat brilhar. Esta cidade já foi escolhida como a melhor cidade para se viver. É linda. Organizada, limpa e brilhante.
Mas, havia qualquer coisa de estranha daquela cidade. As pessoas não sorriam. Não estavam sisudas. Estavam neutras. Como se não houvessem sentimentos. Estranho e confuso, para uma latina que adora sentimentos.
A meio da tarde, apanhamos o comboio de volta para o aeroporto. Tínhamos doze horas de voo pela frente. Nervoso miudinho na barriga. Banguecoque, a próxima paragem.